Irei compartilhar um pensamento brisado de adolescência aqui; algo que faz absolutamente zero sentido, mas que me assombrava e me assombra até hoje só de lembrar. Sabe quando você inventa uma história na sua cabeça e acredita tanto nela que fica com medo caso aconteça? Então, esse texto é sobre isso.
Homem adolescente é uma merda. Hormônios à flor da pele e qualquer coisinha deixa o pau duro. Vai coçar o pau? Vai ficar duro. Tá deitado se preparando para dormir? Vai ficar duro. A menina te dá um simples oi? Teu pau fica duro. Te deram a mão para cumprimentar? Isso mesmo. Vai ficar duraço. Teu pau tem consciência própria e fica entediado do nada? Sim. E ele vai ficar duro por causa disso. É simplesmente um saco. Você nem pensa em nada de cunho sexual e ele fica durão querendo se aparecer. E o que eu fazia quando isso acontecia? Ia bater um punhetão, claro. E eu não me restringia a apenas um local.
A punheta acontecia em qualquer lugar. Podia ser no parque, no shopping, no cinema, no teatro, no consultório médico e, claro, na escola. Eu sempre batia uma na escola. Os hormônios estavam no limite e com tanta menina bonita na escola eu simplesmente não aguentava. Levantava a mão e pedia pra ir no banheiro e ia lá dar aquela aliviada. Sempre que eu batia uma, no entanto, eu tinha uma ideia torta e sombria que me assombrava: eu achava que um dia a escola ia descobrir.
Explicando melhor, eu inventei uma história na minha cabeça onde todas as privadas iam entupir, causando um entupimento em massa causado pelo excesso de porra depositada nas privadas a ponto de alagar a escola. E meu pensamento não parava por aí. Eu imaginava a diretora entrando na sala e falando que a escola descobriu que a causa dos entupimentos era muita porra, e que eles iam contratar cientistas para analisar o DNA da porra para descobrir quem era o punheteiro em série da escola para poder expulsá-lo. Meu deus, eu ficava nervoso só de imaginar isso!
O medo tomava conta de mim. Eu pensava tanto nisso que eu comecei a achar que isso aconteceria e que eu seria humilhado pelo resto da minha vida. O que meus pais iam pensar? O que minha irmã ia pensar? Eu iria me tornar a vergonha da família. Eu pensava tanto nisso que eu parei de bater aquele punhetão na escola. Se eu ficava de pau duro eu simplesmente tentava esquecer e deixava o pau amolecer naturalmente. E não é que isso acabou fazendo bem pra mim? Consegui me controlar e quase não batia uma na escola. Era bem de vez em quando mesmo; quando não dava para controlar. Estava virando um adolescente responsável.
Mas eis que eu finalmente percebi que a história do entupimento e DNA era muito absurda e impossível de acontecer. Surrealismo puro. Saquei que era coisa de adolescente idiota e que não precisava me preocupar com uma coisa dessas. O que eu fiz então? Voltei a bater meus punhetão nervoso normalmente já que ninguém ia recolher meu DNA e que nenhum entupimento em massa ia acontecer. Saudades adolescência.
Fonte: Beba Mais Leite
